Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas. Este é um trecho de “A Arte da Guerra”, do filósofo chinês Sun Tzu, e que diz muito sobre o ponto que estamos abordando.
Criatividade, inovação, ideias, insights e designer essas são as premissas para iniciar um framework que tem ganhado o mundo. Aprenda na fonte o Design Thinking. Adotado por indivíduos e organizações, principalmente no mundo dos negócios, tem visto sua influência crescer entre diversas disciplinas na atualidade, como uma forma de abordar e solucionar problemas.
História
A noção de design como uma “forma de pensar” tem sua origem traçada a partir de 1969, nas ciências, no livro The Science of the Artificial, de Herbert A. Simon e mais especificamente na engenharia, à partir de 1973, com Experiences in Visual Thinking, de Robert McKim. Rolf Faste, professor de Stanford, definiu e popularizou o conceito de “design thinking” como uma forma de ação criativa e foi adaptada a organizações na Universidade de Stanford por David M. Kelley e Tim Brown ambos da consultoria de inovação IDEO, no Vale do Silício, lançaram em 2009 o livro Design Thinking – Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias. A empresa de consultoria de design de produtos americana, que apesar de não ter inventado o termo, foi uma das primeiras formadoras de opinião sobre o tema. A mídia na época destacou o trabalho dos professores como “um processo em que um grupo formado por profissionais de várias áreas (engenheiros, psicólogos, designers) usou para criar um carrinho de compras inovador”.
Processo
O Design Thinking não é uma metodologia, e sim uma abordagem. Digo isso porque, quando pensamos em método, é criada uma expectativa de ter em mãos uma fórmula aritmética que se aplique em qualquer situação. O processo consiste em tentar mapear a experiência do usuário e os processos inseridos na vida das pessoas, o intuito de obter uma visão mais completa na solução de problemas, identificando barreiras e gerando alternativas viáveis. Parte do levantamento das necessidades dos usuários trata-se de uma abordagem preponderantemente “humana” e que pode ser usada em qualquer organização. A razão de sua existência é a satisfação do cliente (interno ou externo), que só pode ser alcançada quando conhecemos em profundidade suas necessidades, desejos e percepções de mundo.
Antes de prosseguir é importante ressaltar que não e apenas para designers esta abordagem. Este método é um novo jeito de pensar e não apenas um framework para equipes de criatividade, marketing, designers e front-ends.
Vamos conhecer as 5 etapas desta abordagem:
Empatia e Compreensão – A primeira etapa do processo é a empatia, nela, a equipe mergulha no problema identificado por diversas perspectivas. Nesta fase precisamos pensar como o cliente ou usuário final, é preciso se colocar no lugar do outro, compreendendo sua cultura, organização, estilo e perspectiva. Análise SWOT que estuda as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa é uma ferramenta bastante utilizada, assim como benchmarking, pesquisas de mercado e reuniões multidisciplinares te conduzirão às respostas para esse ponto.
Definir – Depois de imergir no problema etapa inicial que gera muito material. Agora precisamos nos concentrar e delimitar qual será o problema que pretendemos resolver. Coletamos informações para gerar um padrão por meio de análise lógica e organização, e dessa forma, entendermos o problema. A representação visual de todo esse material com gráficos ajuda a visualizar melhor o problema.
Idear – Nesta etapa precisamos começar a ter a solução, com todo o conhecimento acumulado o problema se integra com as necessidades dos usuários que se deseja alcançar, nessa fase, o brainstorming fomenta ideias e gera insights. É importante que todos da equipe que participam do processo sinta-se à vontade para experimentar e errar, o medo da falha ou da crítica inibem grandes ideias.
Protótipo – A etapa da prototipagem é a hora de colocarmos todas as idealizações na construção de um produto que possa ser apresentado aos usuários ou clientes. O protótipo deve atender todas as necessidades mapeadas nas etapas anteriores. É importante lembrar que não é necessário criar um produto utilizável ou MVP é apenas um produto para que os participantes possam entender o que será desenvolvido. Abrangendo para um termo de software é como se construíssemos apenas o front-end de uma aplicação, todas as funcionalidades reais serão desenvolvidas assim que o projeto for aprovado.
Testar – Após o protótipo pronto precisamos que o público-alvo teste o que foi realizado, as funcionalidades desenvolvidas, layout e se o produto soluciona de fato os problemas iniciais. Esta etapa é de extrema importância assim podemos evitar gastos com algo que não dará certo na prática.
Utilizando estes processos grandes empresas otimizaram tempo para lançar novos produtos. O UberEats, Oral-B, Netflix e Natura utilizaram as etapas definidas pela abordagem do design thinking para alavancarem novos projetos e hoje disputam espaço com outras empresas que já estão há mais tempo no mercado. Porém esta abordagem pode ser utilizada por qualquer tipo de empresa independente do tamanho, os processos compreendidos podem ser adaptados para inúmeros projetos de diferentes segmentos, isso faz com que os funcionários se sintam parte da empresa ao conhecer o rumo dos negócios, pois, cria-se uma cultura de ganha-ganha para todos os envolvidos, ajudando a melhorar os resultados.