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Foto do escritorRaphael Fontes

Evite o Microgerenciamento

Recentemente estava conversando com um novo colaborador que entrou na equipe e, fiquei surpreso por ele relatar que na empresa anterior, seu gestor utilizava o microgerenciamento. Debatemos um pouco sobre esse tipo de gerenciamento, e resolvi expor um pouco o porquê de, não utilizar este modelo.




O que é o microgerenciamento?

Em gestão de projetos, microgerência é o estilo de gestão em que o gerente observa ou controla de perto o trabalho de seus subordinados ou funcionários.

Para gerenciar de perto o projeto, não é necessário controlar o trabalho dos colaboradores, definir “milhares” de processos que engessam a produtividade e, frustram a equipe com excesso de decisões Top-Down. Essas atitudes diminuem a criatividade do time, aumentam a rotatividade da equipe e torna o ambiente de trabalho doente. Este modelo de gerenciamento pode transparecer “bom” resultado, porém, há longo prazo gera “toxicidade” no gestor, time e ambiente organizacional.


Adequando as filosofias e frameowrks ágeis, um bom gestor/líder deve gerir o projeto e não pessoas.

Como podemos identificar os “microgerenciadores”?


  • Não delegam, os microgerenciadores por medo de perderem seu espaço (emprego) na organização ou por achar que “sabem tudo” não suportam delegar tarefas, compartilhar informações e colaborar com treinamento e orientação do restante da equipe. Além disso, acreditam que todas as decisões precisam passar por sua aprovação, o que engessa a grande maioria das atividades.

  • Gerenciam detalhes, acreditam que todas as tarefas, processos e validações precisam passar pelo seu crivo de aprovação. Impossibilitando a equipe funcionar sem ele. Sobrecarrega a equipe com atividades supérfluas, como por exemplo, documentação abrangente.

  • Ignoram o valor dos outros, é constante a necessidade de se auto promover nos projetos que obtém sucesso e achar um culpado nos projetos que fracassam. Desvaloriza constantemente o trabalho dos colegas e insubordinados, gerando constante desmotivação na equipe.

  • Querem fazer tudo, não tem paciência para ensinar ou simplesmente prefere se meter nas tarefas de outras pessoas, acreditando que este não tem capacidade ou acredita que a tarefa está levando tempo demais para ser concluída.

Já conseguiu identificar alguém do seu local de trabalho?


Por que não utilizo o microgerenciamento?


Antes de mais nada, é difícil se manter produtivo, engajado e motivado em um ambiente sufocante. Acredito que este tipo de gerenciamento prejudica principalmente a criatividade e motivação da equipe, se é necessário ficar exaustivamente supervisionando, cobrando e “brigando” com os profissionais com quem trabalha. Uma dica, é melhor demiti-los. Ninguém é obrigado a nada e se caso for (financeiramente), lhe garanto que não farão um bom trabalho, no máximo o “feijão com arroz”. Todos nós precisamos ser valorizados e para isso acontecer, precisamos de um ambiente com respeito, transparência, afável e estimulante.

E se você está achando que estou muito a favor da equipe e liderados ou relatando o mundo perfeito, experimente tirar férias, ou melhor nuca tirá-las. Ou que tal, sua organização nunca crescer, isso mesmo, como irá crescer se você é apenas um, e terá que fazer todo o trabalho. Não estou aqui com nada novo, apenas mostrando a realidade para quem quer continuar preso no século 20.


Principais prejuízos do microgerenciamento


Uma pesquisa feita por Teresa Amabile da Harvard Business School, e o psicólogo Steven Kramer, mostrou resultados de um estudo conjunto que mostra que o microgerenciamento “sufoca a criatividade e a produtividade a longo prazo”. E Ainda:


  • Gera um ambiente organizacional mais estressante. O que por sua vez pode levar a problemas de saúde.

  • Pode causar desmotivação e aumento na rotatividade de funcionários, resultando na perda de conhecimento.

  • Contraria o sucesso organizacional, devido à falta de cooperação e confiança.

  • Desencoraja a criatividade e o pensamento crítico.

  • Prejudica a inovação.

  • Produz deficiência na comunicação organização.


Existem outros argumentos para não fazer o microgerenciamento, mas acredito que estes já são suficientes para comprovar os problemas deste tipo de gerenciamento. E você, pratica ou conhece alguém que ainda utiliza o microgerenciamento? Lembre-se.


O melhor executivo é aquele que tem senso suficiente

para escolher homens bons, a fim de que façam que deve ser feito,

e autocontrole o suficiente para não interferir enquanto o fazem.

Theodore Roosevelt

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