Recentemente estava conversando com um novo colaborador que entrou na equipe e, fiquei surpreso por ele relatar que na empresa anterior, seu gestor utilizava o microgerenciamento. Debatemos um pouco sobre esse tipo de gerenciamento, e resolvi expor um pouco o porquê de, não utilizar este modelo.
O que é o microgerenciamento?
Em gestão de projetos, microgerência é o estilo de gestão em que o gerente observa ou controla de perto o trabalho de seus subordinados ou funcionários.
Fonte: Wikipedia.org
Para gerenciar de perto o projeto, não é necessário controlar o trabalho dos colaboradores, definir “milhares” de processos que engessam a produtividade e, frustram a equipe com excesso de decisões Top-Down. Essas atitudes diminuem a criatividade do time, aumentam a rotatividade da equipe e torna o ambiente de trabalho doente. Este modelo de gerenciamento pode transparecer “bom” resultado, porém, há longo prazo gera “toxicidade” no gestor, time e ambiente organizacional.
Adequando as filosofias e frameowrks ágeis, um bom gestor/líder deve gerir o projeto e não pessoas.
Como podemos identificar os “microgerenciadores”?
Não delegam, os microgerenciadores por medo de perderem seu espaço (emprego) na organização ou por achar que “sabem tudo” não suportam delegar tarefas, compartilhar informações e colaborar com treinamento e orientação do restante da equipe. Além disso, acreditam que todas as decisões precisam passar por sua aprovação, o que engessa a grande maioria das atividades.
Gerenciam detalhes, acreditam que todas as tarefas, processos e validações precisam passar pelo seu crivo de aprovação. Impossibilitando a equipe funcionar sem ele. Sobrecarrega a equipe com atividades supérfluas, como por exemplo, documentação abrangente.
Ignoram o valor dos outros, é constante a necessidade de se auto promover nos projetos que obtém sucesso e achar um culpado nos projetos que fracassam. Desvaloriza constantemente o trabalho dos colegas e insubordinados, gerando constante desmotivação na equipe.
Querem fazer tudo, não tem paciência para ensinar ou simplesmente prefere se meter nas tarefas de outras pessoas, acreditando que este não tem capacidade ou acredita que a tarefa está levando tempo demais para ser concluída.
Já conseguiu identificar alguém do seu local de trabalho?
Por que não utilizo o microgerenciamento?
Antes de mais nada, é difícil se manter produtivo, engajado e motivado em um ambiente sufocante. Acredito que este tipo de gerenciamento prejudica principalmente a criatividade e motivação da equipe, se é necessário ficar exaustivamente supervisionando, cobrando e “brigando” com os profissionais com quem trabalha. Uma dica, é melhor demiti-los. Ninguém é obrigado a nada e se caso for (financeiramente), lhe garanto que não farão um bom trabalho, no máximo o “feijão com arroz”. Todos nós precisamos ser valorizados e para isso acontecer, precisamos de um ambiente com respeito, transparência, afável e estimulante.
E se você está achando que estou muito a favor da equipe e liderados ou relatando o mundo perfeito, experimente tirar férias, ou melhor nuca tirá-las. Ou que tal, sua organização nunca crescer, isso mesmo, como irá crescer se você é apenas um, e terá que fazer todo o trabalho. Não estou aqui com nada novo, apenas mostrando a realidade para quem quer continuar preso no século 20.
Principais prejuízos do microgerenciamento
Uma pesquisa feita por Teresa Amabile da Harvard Business School, e o psicólogo Steven Kramer, mostrou resultados de um estudo conjunto que mostra que o microgerenciamento “sufoca a criatividade e a produtividade a longo prazo”. E Ainda:
Gera um ambiente organizacional mais estressante. O que por sua vez pode levar a problemas de saúde.
Pode causar desmotivação e aumento na rotatividade de funcionários, resultando na perda de conhecimento.
Contraria o sucesso organizacional, devido à falta de cooperação e confiança.
Desencoraja a criatividade e o pensamento crítico.
Prejudica a inovação.
Produz deficiência na comunicação organização.
Existem outros argumentos para não fazer o microgerenciamento, mas acredito que estes já são suficientes para comprovar os problemas deste tipo de gerenciamento. E você, pratica ou conhece alguém que ainda utiliza o microgerenciamento? Lembre-se.
O melhor executivo é aquele que tem senso suficiente
para escolher homens bons, a fim de que façam que deve ser feito,
e autocontrole o suficiente para não interferir enquanto o fazem.
Theodore Roosevelt
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