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Foto do escritorRaphael Fontes

The Lean Startup - Do pequeno ao grande negócio

Atualizado: 17 de jun. de 2020

Imagine que você está pensando em criar um produto revolucionário, você planeja todos os passos, desenvolve um plano de negócios ou de projeto, vende a ideia e consegue financiamento de investidores para dar vida ao seu produto. Após um ano de projeto é quinhentos mil reais gastos seu produto finalmente está pronto, começa a divulgação e três meses depois seu produto vendeu... zero! Parando para pensar, esse exemplo é bem comum atualmente principalmente em startups.



A partir de experiencias próprias que teve durante anos, Eric Ries (um dois empreendedor do vale do silício) desenvolveu um processo que chamou de Lean Startup (startup enxuta), pensando nos empreendedores que criavam startups e após um ano ou menos viam seus “sonhos” afundarem. A ideia foi amadurecendo e após um tempo Eric escreveu o livro The Lean Startup (a startup enxuta), que abrange o processo não apenas para startups, mas grandes corporações que pretendem lançar um novo produto.

 

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O Lean Startup utiliza alguns conceitos da filosofia LEAN, que foi criado pela Toyota na década de 50 e 60 por Taiichi Ohno, o preceito era desenvolver um conjunto de técnicas e ferramentas que visam valorizar o ser humano e melhorar o desempenho de uma organização para aumentar sua produtividade e competitividade, eliminando desperdícios. Se quiser saber mais clique aqui e vejam o artigo sobre o assunto.

O processo constitui no feedback do cliente durante o desenvolvimento do produto, parte integrante do processo Lean Startup é garantir que o empreendedor ou empresa não invista tempo projetando recursos ou serviços que o consumidor não necessita ou não fará uso no primeiro momento. Ao invés de utilizar um extenso plano de negócios Eric recomenda que os empreendedores utilizem a ferramenta Canvas (que basicamente é um diagrama que mostra como a empresa cria valor para si e para os clientes).


Com bases nas ideias e hipóteses criadas através da ferramenta, está na hora de criamos um MVP (Mínimo Produto Viável ou em inglês Minimum Viable Product). A ideia é eliminar desperdícios e aumentar a produção durante o desenvolvimento do produto, já que as empresas normalmente não podem se dar ao luxo de ter todo seu investimento dependendo do sucesso de um único lançamento do produto. Após o lançamento do MVP a empresa pode então fazer uso do feedback dos clientes, parceiros e usuários que sejam o alvo do produto. Gerando assim um produto incremental que se desenvolve a partir da necessidade dos clientes, o processo Lean Startup faz bastante uso das metodologias de desenvolvimento ágeis que se integram no processo.


As principais ferramentas do Lean Startup


MVP (Mínimo Produto viável) – (Minimum Viable Product)


É importante ter em mente que não estamos falando sobre desenvolver um simples protótipo cheio de falhas e bugs (que pode piorar a experiencia do usuário), e não estamos falando em desenvolver uma solução perfeita que atendam todas as hipóteses do produto. O MVP é o meio termo entre os dois, a ideia é justamente como nome diz criar um produto minimamente viável para que os clientes possam utilizar e testar o produto, e através destes testes os empreendedores pegam feedbakcs dos clientes para entenderem se estão no caminho certo, ou se o produto está fadado ao fracasso. Podemos pegar por exemplo o projeto da construção de um carro, os modelos tradicionais, vão construído cada pedaço do carro até que atinja o final do projeto. O conceito Lean Startup orienta que a cada faze do projeto seja entregue um produto viável para que o cliente possa utilizar, como mostra a imagem, em todos as entregas o cliente conseguia se locomover, porem com o tempo foi passando o produto foi ficando melhor. Com isso temos o engajamento dos clientes e usuários durante todo o processo e se for necessário Pivotar por algum erro de entendimento ou diversos bugs na ferramenta é mais fácil fazer as alterações. Abrindo um pequeno parêntese, as equipes de TI sabem que no final do projeto quando á validação, os clientes querem mudar o escopo ou simplesmente dizer que o produto não atende.


Deploy contínuo – (Entregas constantes)


Este processo é bastante utilizando pela área de tecnologia, a ideia aqui é que seja criado uma estrutura dinâmica, para que as novas atualizações do produto possam ser entregues de maneira frequente sem gerar grandes impactos na produção, lembre-se que o processo de Lean Startup é dinâmico os clientes estão sempre testando o produto e dando feedbacks, então é preciso um fluxo que possa atualizar o produto de maneira rápida para que o cliente possa fazer novos testes.


Testes A/B


O intuito desta ferramenta é disponibilizar duas versões diferentes do produto ao mesmo tempo, e avaliar os feedbacks do cliente, está técnica é utilizada quando o produto precisa de uma direção para seguir. A partir da reação dos clientes diante destas diferentes possibilidades, a empresa pode aprender o que o usuário prefere.,


Métricas acionáveis


Estas são as medições feitas através dos feedbacks dos usuários, chamamos de acionáveis porque elas ditam as ações que precisam ser tomadas mediante a análise das métricas. Número de acessos ao site ou download na store de app podem determinar se a empresa deve investir mais na parte Web ou Mobile do seu produto.


Pivot (ou Pivotar)


Um pivô é uma correção ou mudança de curso/direção estruturado para testar uma nova hipótese fundamental sobre o produto, estratégia ou motor de crescimento. Pivotar nada mais é que mudar de foco. Quando disponibilizamos o MVP e os usuário iniciam os testes, muitas das vezes não recebemos o feedback que gostaríamos, então é preciso mudar o produto para que se adapte as necessidades do usuário, como dissemos no inicio o MVP é criado a partir de hipóteses que empreendedores interpretam como nicho de mercado, acreditando que os clientes irão gostar, como sabemos isso nem sempre acontece, então a partir dos feedbakcs dos clientes é preciso decidir o que fazer com o projeto. Acredito que está técnica facilita algumas decisões, porém é o feeling (sentimento) que conta, decisões precisam ser tomadas com base nas métricas e feebacks dos clientes, os empreendedores precisam Pivotar, mudando a direção dos esforços do produto, reduzindo funcionalidades que “não servem para nada” e quando necessário desistindo do projeto. Acredito que essa seja parte mais difícil pois muito trabalho, investimento e expectativas foram gastas para verificarem que os clientes não gostaram do produto ou funcionalidade, então, é necessário muita maturidade para tomar a decisão, é importante lembrar que ainda bem que isto ocorreu no início do projeto, imagina se tivéssemos gasto milhões e descobríssemos apenas no final do projeto está desaprovação dos clientes.


Agora que entendemos os conceitos do processo do Lean Startup está na hora de mostrar como o este funciona.


O Ciclo Lean Startup (Construa - Mensure - Aprenda) ou (Build-Measure-Learn)



O processo de Lean Startup é cíclico, inicia com a construção do MVP a partir das ideias/hipóteses levantadas pelos empreendedores, lembrando que é apenas uma funcionalidade simples ou principal do produto. Após o MVP criado, podemos distribuir para os usuários principais que irão utilizar o produto. Com base nos testes e feedbacks dos usuários, passamos para a segunda fase que é medir os pontos fortes e fracos do produto, essas métricas nos permitem gerar análises. Com isso passamos a para a última fase que é aprender, aqui temos todos os dados que foram passados pelos clientes. Com estas informações precisamos tomar a decisão se iremos Pivotar ou seguir no curso atual do projeto, a partir deste ciclo compreendemos se vamos alterar o escopo do produto ou se iniciaremos novos desenvolvimentos.


Para ficar mais compreensivo este fluxo irei pegar o caso do whatsapp que citei inicialmente. Quando houve a ideia do app, os empreendedores lançaram um aplicativo simples, a única funcionalidade era enviar mensagens, (construir (MVP)). Após o app está pronto, começaram a divulgar e pedir que clientes fossem testando, a partir destes dados (métricas) a equipe começou a projetar as próximas funcionalidades (aprender). Os próprios clientes iam direcionados os empreendedores, sendo assim não houve tempo perdido, a equipe sabia exatamente para onde deveria ir.


Uma dica que o livro sugere na hora de realizar os testes no MVP com os usuários, é utilizar o feedback qualitativo e o feedback quantitativo. O feedback qualitativo é mais simples, pois os usuários apenas vão lhe dizer se gostam ou não do seu produto. É preciso tomar cuidado com este porque é muito fácil induzir as respostas dos usuários dependendo de como você pergunta. Já o feedback quantitativo é um pouco mais interessante, é através dele que é possível avaliar quantas pessoas usam o seu produto. Além disso, é através do feedback quantitativo que é possível descobrir se as pessoas realmente acham que o produto tem valor. Então quando for fazer o feedback utilize perguntas mas abrangentes e não perguntas que a resposta sejam sim ou não.


Esse foi o Lean Startup um processo bastante utilizado por startups, mas que pode ser utilizado em empresas de grande porte, quando é necessário lançar ou desenvolver um novo produto, e se quer ter certeza do engajamento dos clientes. Então ao invés de lançarmos um produto que irá mudar o “mundo”, que precisará de anos para desenvolvimento e muito dinheiro gasto, que tal irmos construído aos poucos, podemos lançar a parte principal do produto e depois vamos evoluindo assim como o Whatsapp fez.

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